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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Diário de Um Ciclista


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O mar visto da pedra onde estou
transborda pelas manhãs
de peixes e pássaros.

não eram minhas as mensagens
que recebia em garrafas na praia
mas com o tempo foram sendo...
fiz verdades em garrafas de outros.

Eu, que nunca tive um Deus,
com quase meio século
descubro ser o meu Deus
o mar.

Temperamental e traiçoeiro...

às vezes manso como um cordeiro
dissolve-se em sal no azul do céu
enquanto gaivotas, voam penas
feito folhas.


Ateei fogo ao passado
para dormir em travesseiros de cinzas
e da ilha dos sonhos
engolido pelo pôr do sol
nunca mais voltar...


Bento Calaça

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